domingo, 27 de fevereiro de 2011

Fora da Caixa

Quem vê de longe, acha difícil acreditar no acontecido na cidade baixa essa semana, onde um motorista enfurecido atropelou insanamente mais de 20 ciclistas. O fato em si, pode-se considerar um tipo de demência, mesmo que medicamente não confirmável, dos tempos que vivemos, aonde as pessoas vivem em níveis de stress muito grande, com pressa, com muitas coisas por fazer, muitos compromissos...e de repente explodem, sabe-se lá. Pode que estivesse bêbado, drogado ou coisa do tipo. Na verdade, não importa muito. Independentemente das explicações, que podem haver muitas e até podem ser verdadeiras e pertinentes, nada pode justificar o fato, no sentido de ser aceitável ou ter outro tipo de resposabilidade, que não a do motorista, que independentes das razões, dela não se pode eximir.
No entanto, além do fato brutal, apavorante, me admira muito mais a atitude das autoridades, que, no suposto intuito de cumprir a lei e de garantir que ninguém deve ser punido sem um julgamento justo (tudo louvável), acaba exibindo o que realmente está no cerne da mentalidade social: "Aonde já se viu um monte de bicicletas na rua...aonde já se viu não avisar a EPTC, etc." Isso é o mesmo que dizer que uma mulher não pode colocar determinado tipo de roupa, que está "pedindo" para ser estuprada ou pensar que quem é assaltado no seu carro, na entrada de casa, é porque "vacilou". Dá pra imagianr a doença social que está por trás disso, aonde não reconhecemos mais nossos direitos e simplesmente aceitamos os fatos, reclamando, pra nós mesmos, mas ainda assim, aceitando.
Mais apavorante ainda vai ser se for revelado que a pessoal que atropelou tem as "costas quentes", sendo talvez da polícia, poder judiciário,etc. Aí fica mais evidente a podridão que permeia a sociedade brasileira.
Se morasse ainda aí e tivesse uma bicicleta, me dirigiria ao mesmo local ou ao palácio do governo, ou prefeitura, ou sei lá, e ficaria lá, agora sim, bloqueando o trânsito, até que algo seja feito. Enquanto as pessoas não forem pra rua pra reivindicar as coisas, nada vai mudar. O sistema, infelizmente, está corrompido; E quando isso acontece, palavra de técnico de informática, o melher é reinstalar.

Voltaremos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Tia Helena

Depois de mais de um mês do acontecido, decidi escrever o que senti e pensei quando aconteceu. Quando viemos para o Canadá, sabíamos que algo assim iria acontecer. Nunca imaginamos que seria tão logo e justamente com alguém tão jovem.
Minha tia Helena, casada com o irmão do meu pai, desde que me lembro da minha infância, nunca foi alguém que eu visse só de vez em quando ou que eu só soubesse que existisse. Ela sempre foi uma figura ativa, presente. Foi como uma mãe auxiliar,mais do que eventual. Fiquei muitas vezes na casa dela, com meus primos que até hoje falo e sou muito feliz de serem grandes amigos. Sempre fui tratado com muito carinho, com muito zelo e o que me foi ensinado por ela, me fez, com certeza, uma pessoa melhor.
Sempre admirei seu talento, como mãe,cozinheira, como pintora, até como artista, apesar dela fazer questão de não ostentar e até, não sei, esconder. Mas os quadros que pintou e a parede do quarto dos 'guris', que me lembro muito bem, pois me fazia viajar e sonhar olhando a paisagem com árvores e um avião, não tem deixar esconder esse talento.
Nunca vou esquecer das noites que fiquei lá e ficávamos vendo filmes até tarde na televisão. Eu tinha medo,mas ficava vendo assim mesmo. Lembro até hoje de um filme chamado "A Sentinela dos malditos". Um filme B, mas que ficou pra sempre na memória por ter assistido junto com a Tia Helena. (http://www.adorocinema.com/filmes/sentinela-dos-malditos/)
Um almoço ou janta na casa da Tia sempre eram sinônimos de comida boa, farta, de surpresas culinárias e de grande alegria. Minha memória desses eventos são as mais tenras e aconchegantes, cercadas de glutonices e das melhores companhias.
A casa da Tia tinha sempre uma novidade, desde cachorros, gatos, plantas, novas comidas,bolos, reformas, piscina...Muito nos divertimos brincando, andando de bicicleta, tomando banho de piscina, olhando as estrelas de noite.
Sou muito feliz de ter tido uma pessoa como ela na minha vida, de ter participado da vida dela, da família dela, de ter estado e crescido muito perto dos meus primos. Sinto muito não poder ter estado perto deles para dar meu abraço e dizer tudo isso (acho que eles sabem), mas ela vai estar pra sempre na minha memória e tudo que vivi e aprendi com ela vai estar sempre comigo.

domingo, 3 de outubro de 2010

Eleições

Não votei, pois não transferi meu título ainda para o Canadá. Não que eu fizesse grande questão, mas queria ter anulado meu voto, mesmo sendo daqui.
Sempre há muita discussão, muita controvérsia sobre o que é mais certo: votar, de qualquer jeito, mesmo acreditando que não vai fazer diferença nenhuma ou anular o voto.
Eu me sinto mais íntegro anulando. Não acho que faça nenhuma diferença e preciso poder dizer que não compactuei com a falta de vergonha de nenhum dos canditados.
Como muitos sabem, na minha opinião, no sistema político, em particular, o brasileiro, só exitem dois típos de políticos: os ingênuos, que cedo ou tarde se corrompem ou os desavergonhados, que são o resto. (é como nas religiões: os ignorantes e os malandros).
No brasil e como em muitos países aonde o nível de conhecimento da massa é muito baixo, a manobra com moeda de troca social, ou seja, bolsas-família e equivalentes, é brutal. Da mesma forma, o ufanismo que ainda permeia a sociedade brasileira, mesmo que apática e sem vontade de lutar de verdade por um país melhor (vontade de dançar não falta) ainda faz com que mesmo quem tem um nível cultural melhor ache que vai fazer alguma diferença ou volta-e-meia faça com que a gente se sinta culpado, de alguma maneira.

Minha experiência é de que nada significativo melhorou realmente nos últimos 33 anos (que é do que tenho alguma memória e posso opinar). Temos mais tecnologia, celulares, TV digital, computadores...mas para quem? Existe saúde decente? As pessoas estão absorvendo mais cultura, conhecimento? Cada vez temos menos pobreza nas ruas? A violência vem diminuido consideravelmente, assim como as favelas? Os escândalos de corrupção em todos os níveis da sociedade são cada vez mais raros? Os acidentes, a qualidade das estradas, a educação dos motoristas mostra que as leis de trânsito tem efeito, e ainda mais, efeitos educativos? A evasão das escolas vem diminuindo e a qualidade do ensino está cada vez mais alta? Nos sentimos cada vez mais seguros ao caminhar e dirigir à noite na cidade? Sentimos a cada dia que o imposto que pagamos se reflete nas ações do estado e nos faz cidadãos mais integrados e conscientes? Cada vez menos precisamos do jeitinho para conseguir as coisas?
Muita gente vai conseguir responder sim, para muitas dessas perguntas, pois somos brasileiros e nunca desistimos. Eu não consegui. Mas não desisti. Decidi fazer algo que acho que realmente vai fazer diferença e mudar para melhor o futuro da minha família.
Abraços.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Saudades do Brasil (?)

Tivemos essa semana um Brazilian Day aqui em Toronto. Ontem era dia do trabalho e rolou esse dia na praça que é tipo um Times Square no centro de Toronto. Não fomos. Não foi por preconceito nem nada. Continuo gostando de muita coisa do Brasil, principalmente do que é bom, que é muito da música e da comida. O dia que puder baixar um bife a cavalo do iTunes, aí acabou... Fora isso, o que sinto falta são as pessoas. Não aquela pessoa genérica brasileira, tipo carioca na beira da praia, suado, de tanga, jogando futevolei. Ou aquela 'galera' na beira da praia em capão ouvindo o bonde do tigrão (esses já são eruditos) ou coisa pior ou gente dançando frevo e baião. Talvez uma roda de chimarrão e uma cerveja na calçada da fama...ai ai ai...:)
Sinto falta mesmo da família e dos amigos. Só. De resto, acho que fica cada vez mais difícil voltar. Cada dia que passa, a gente, ao mesmo tempo que se dá conta que em qualquer lugar do mundo tem gente e coisas ruins podem acontecer, mesmo em países do primeiro mundo, a gente também nota que certas coisas aqui ainda estão muito longe da loucura e insanidade que virou o Brasil, em termos de violência e descaramento das autoridadades e políticos. Tem gente que joga lixo no chão, tem roubo de bicicletas, tem assassinatos. Tem tudo aqui. Não é  a maravilha absoluta. Mas em termos estatísticos...aí tende a zero.
Por outro lado, ir também num festival para importarem sertanejo e Ivete Sangalo do Brasil...é uma pena. Respeito quem gosta. Eu acho que o Brasil tem muita música melhor, mais bem feita e de qualidade universal para ser mostrada. Claro que o que o pessoal queria era pular bêbado na rua. Aí fica mais fácil com o axé mesmo.
Sei lá, acho que está ficando preconceituoso esse post então vou parar enquanto possível.
Amanhã o Francisco começa a escola. Mais um milestone. Vamos ver como se desenvolve!

Abraços a todos.
E vamos em frente.

domingo, 5 de setembro de 2010

Niagara Falls

Estivemos hoje, 5 de setembro de 2010 em Niagara Falls. Eu e a Dani já conhecíamos, de quase 10 anos atrás. O lugar é muito bonito. A cidade como um todo é legal, um tipo de punta del este dos canadenses. Tem casino, Hard Rock Cafe, Planet hollywood, etc.
A catarata em si não é tão majestosa quanto Foz do Iguaçu, mas dá pra gasto.
Estivemos também em Niagara on the Lake,que é um tipo de "Canela" para os gaúchos. Bem bonitinha também. Foi aonde tiramos aquelas fotos na beira do lago ontário.

As fotos: http://picasaweb.google.ca/117216988912480389383/NiagaraFalls#

Abraços!

PS: sei que parece que eu tinha esquecido esse blog, mas as vezes as prioridades mudam um pouco. Vou fazer o possível para continuar atualizando.

domingo, 11 de julho de 2010

Toronto Zoo

Quinta-feira, dia 1o, Canada Day, fomos no Zooloógico. Pensei que fôssemos ficar umas 3 horas no Zoo. Estourando, 4.
Bom, chegamos as 10h30. Saímos as 19h30. O lugar é grande. E com as crianças, o tempo se dilata. Mas valeu a pena. Eu que só tinha estado no Zooógico de Sapucaia a exatos 32 anos e no Zoo da redenção (a cidade baixa não conta), achei fantásica a variedade de animais. Só posso reclamar que muito estavam dormindo, o que deveria ser motivo para devolver um dólar por animal que estiver dormindo). Mesmo assim,é um programa muito legal (apesar de só querer repetir quando as duas crianças puderem caminhar!).
Seguem algumas fotos para ilustrar.

Abraços,

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Atividades

Fora assistir os jogos da copa, temos feito pouca coisa. Aos pouquinhos, vamos começar a plajenar atividades mais aventureiras. Queremos ir no Zoo essa semana, pois quinta é feriado aqui.
Na semana passada, estivemos num festival a céu aberto, a convite do Fernando e da Ana. Fomos pra la no fim da tarde de sexta e fomos direto no parquinho.
O Francisco aproveitou bastante, assim com o Marco. A Cecília foi passear com as meninas na Main St. Markham.
Bom, o parquinho é um caça-níqueis fantástico. As crianças adoram tudo e os pais so sentem a facada. Mas eles se divertem e nós também com isso.
Bom, as fotos são mais ou menos autoexplicativas. Já o bichinho laranja custou uns $15.00, até o dardo furar o balão...:D
No domingo fomos num parque que tem aqui perto do edifício. Parecia muito legal o caminho entre as árvores (e era, na verdade) até os mosquitos gigantes radioativos marcianos começarem a nos atacar. O Francisco saiu de la com umas 10 picadas. Mas valeu o passeio. O lugar era bem bonito.
Como não deu no parque, fomos na pracinha, que fica atrás de onde vai ser o colégio do Francisco. Ele já vai se ambientando assim. Aquele predio lá atrás é a escola.

Depois um descanso, no sofacama.

E uma fotinho bonus da Cecília, que já está falando um monte de coisas (em português, claro).

Bom, depois de uma semana com terremotos e quebra-quebra no centro de Toronto, coisas bem raras, estamos bem. Trabalhei semana passada somente dois dias no centro, terça e quarta (dia do terremoto, que eu nem senti pois estava caminhando na rua). A segurança estava muito forte, carros sendo revistados, uma chatice.

Também compramos uma cama pro Francisco, que era o único descamado. Agora podemos devolver o colchão inflável pro Fernando e pra Ana! Tks!









Abracos Canadenses