quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fossas abissais

Quando a gente acha que as coisas não tem mais como piorar, sempre há um novo degrau para baixo.
Ouvi hoje no rádio que foi aprovado o projeto (ou o que quer que seja) que faz com que a ordem dos pagamentos dos precatórios não precise ser seguida e que permite leilão dos pagamentos. Ou seja,a lei do calote.
É incrível imaginar que uma entidade que deve, sob o olhar da lei (?), uma quantidade de dinheiro x a alguém possa simplesmente decidir que não vai pagar agora ou então dizer: "Olha, se quiser o dinheiro agora, te pago x/2, senão não sei quando vou pagar. Pode ser nunca." E fica por isso mesmo.
O mesmo governo que diz querer economizar e 'viabilizar' o estado com essas economias de pagamento para as pessoas, aumenta compulsivamente seus salários, distribui passagens gratuitamente, leva a maior comitiva (ou seria corte) para a convenção na Dinamarca (não vamos nem discutir a pegada carbônica disso), qtem um serviço de saude deplorável (e ainda tem coragem de sugerir para o Obama adotar o SUS(to)...bom, a lista é interminável.
Poucas iniciativas, como a que se formou após os vídeos do Arruda em Brasilia podem ser consideradas atos de cidadania verdadeiros. Justamente por isso, estão sendo reprimidas de forma mais agressiva.
Não estamos acostumados a revidar. Somos belas e calmas ovelhas, enquanto houver novela, cerveja e carnaval. O povo não tem consciência de que se há um grupo de pessoas no 'poder', são só pessoas. Por mais incrível que pareça, formadas da mesma matéria e DNA que todos nós. E que se está ruim, só quem pode decidir é a massa. Não pensem que estou falando de eleições. Esse é um belo engodo, que mantem a máquina do 'se vira quem pode rodando' (esse é tema para outro post).
No entanto, a revolta física não tem grandes chances para conseguir resultados significativos, até porque a máquina tem recursos repressivos que conseguem finalizar os esforços sem grandes problemas.
A sugestão é pegá-los por onde dói: o bolso. Precisamos de uma revolução silenciosa, aonde pessoas e empresas deixem de recolher impostos. A máquina não faz nada sem dinheiro. E não podem penalizar todos nós ao mesmo tempo. Não vão nem ter como reprimir.
Mas precisamos de líderes, que se corrompam menos e que não tenham medo de perder o pouco que temos.
Segue o baile.

Um comentário:

  1. "precisamos de líderes, que se corrompam menos e que não tenham medo de perder o pouco que temos" - Acho que nessa parte, você resumiu a solução. Estou de acordo! ^^

    Muito bom o texto, como sempre Zé.

    Amanda

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