quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Baixando o santo

Depois que eu ouvi no rádio que o tribunal de justiça gaúcho manteve uma carta psicografada como prova válida em um processo de homicídio, eu penso no precedente que isso abre e nas possibilidades que teremos em processos que virão.

Deverá ser possível apresentar todo e qualquer documento de ordem ‘divina’ como sendo verdadeiro, (desde os dez mandamentos, isso não acontecia).

Poderemos também convocar o próprio morto para depor (o que vai facilitar muito os processos porque se eles podem escrever uma carta inteira, quem dirá simplesmente dizer o nome do assassino ou apontar o culpado no tribunal).

Poderemos inclusive ter e-mails psicografados ou até blogs celestiais, aonde os mortos poderão detalhar toda a experiência de morrer, como está sendo, se dói, se tem fila... Provavelmente até poderemos seguir os mortos no twitter (imaginem que interessante saber exatamente quando a sua bisavó encontrou com o Elvis (se ele estiver lá) ou com o Hitler no além).

Piadas a parte, me impressiona o quanto ainda vivemos na idade da escuridadão, aonde as pessoas creem que fenômenos climáticos tem origem divina e se reunem em praças para rezar quando ocorre um eclipse. Da mesma forma, julgam, execram e expulsam uma jovem com um vestido curto (muito menos curto dos que aparecem nas novelas) de uma universidade por ataque à moral e aos bons costumes.

Quando vamos abandonar a nossa soberba de achar que o universo gira em torno da gente e reconhecer a nossa insignificância de mamíferos vivendo na casca dessa pedra chamada terra?

Bueno. Segue o baile.

Um comentário:

  1. Muito me admira (principalmente pra mim, que trabalho também na área de TI) como ainda existe gente ultrapassada nesse mundo.

    PQP! Carta psicografada? Fala sério.
    Agora contrataremos advogado PLUS medium?

    Ok José. Traz o nariz de palhaço. O circo está só começando...

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